Conheça o IECAM

O Instituto de Estudos Culturais e Ambientais - IECAM é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, fundada em 1991, no Rio de Janeiro-RJ, por ambientalistas engajados na organização da Rio 92 (ECO 92). Sediado desde o ano de 2011, em Porto Alegre-RS, a missão do IECAM é a pesquisa e o desenvolvimento de ações socioambientais sustentáveis, através da revitalização de saberes tradicionais e da biodiversidade.

A atuação se fundamenta em uma visão de multidisciplinaridade, interculturalidade e complementaridade entre as diversas dimensões da sustentabilidade: ambiental, social, cultural e econômica, e na construção de parcerias com comunidades tradicionais, sociedade civil, órgãos públicos, instituições de ensino e setor privado.

No Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Amazonas, diversas ações foram desenvolvidas, como o Estudo Etnobotânico Comparativo entre Espécies Medicinais Utilizadas na Amazônia e na Índia (PNUD-Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, 1994-95); o Projeto Memória da Cidadania, no Parque das Mangabeiras (Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, 1996-97) e o Projeto Linha do Tucum: Artesanato Amazônico (Programa Petrobras Cultural, Ministério da Cultura e Jardim Botânico do RJ, 2008-09).

No Rio Grande do Sul, a equipe técnica do IECAM tem direcionado suas ações para as aldeias Guarani, com as quais tem criado um espaço de aproximação e de envolvimento desde o ano de 1997, desenvolvendo ações voluntárias, pesquisas, projetos e parcerias, e participando em encontros, seminários, conselhos e audiências públicas.

Entre os anos 2005 e 2006 o projeto Ações para Estímulo da Produção e Comercialização da Arte Indígena Maya-Guarani foi desenvolvido através de convênio com a Carteira Indígena de Projetos (Ministérios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Social e de Combate à Fome).

Em convênio com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre (PMPA) e com a Fundação Nacional de Apoio ao Índio (FUNAI), foi reformada e inaugurada, em 2007, a Loja Arte Indígena, próxima ao tradicional Brique da Redenção, em Porto Alegre.

Também em 2007, através de convênio com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o IECAM realizou o Encontro Nacional Patrimônio Cultural e Povos Indígenas: Os Mbya-Guarani e as Missões, que reuniu em São Miguel das Missões mais de 250 índios Guarani representantes de todos estados brasileiros, da Argentina, Paraguai e Uruguai, que ao longo de sete dias realizaram uma série de reuniões, levantamentos, manifestações artísticas e cerimônias.

O trabalho realizado pelo IECAM com os Guarani foi premiado pelo Ministério da Cultura, em 2007, com o Prêmio Selo Cultura Viva.

Foi elaborado, em 2008, para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) o Diagnóstico de ações de inclusão produtiva com público historicamente excluído, que tenha o artesanato como principal fonte de renda.

O projeto Artesanato Mbya-Guarani: Um Programa de Índio, foi desenvolvido nos anos 2007 e 2009, através de seleção pública do Programa Petrobras Desenvolvimento e Cidadania, para atender demandas guarani relacionadas à “cadeia” produtiva do artesanato e promover atividades como encontros e oficinas entre as aldeias.

Nos anos 2008 e 2009, foi realizado para o IPHAN o “Estudo preliminar sobre os significados mitológicos, cosmológicos e identitários atribuídos pelos Mbya-Guarani ao sítio de São Miguel Arcanjo, chamado pelos Guarani de “Tava Miri São Miguel, Sagrada Aldeia de Pedra”, que resultou, em 2013, na declaração de São Miguel das Missões como Patrimônio Cultural Mundial, pela UNESCO.

O IECAM esteve representado como membro titular no Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC) / Colegiado de Culturas Indígenas - responsável pela elaboração do Plano Nacional para as Culturas Indígenas (Lei 12.343/10), com metas e ações previstas para os anos de 2011 a 2020.

O projeto Ar, Água e Terra: Vida e Cultura Guarani - Ações de recuperação e conservação ambiental e etnodesenvolvimento em aldeias indígenas Guarani do Rio Grande do Sul foi aprovado em seleção pública do Programa Petrobras Ambiental, no ano 2010. A primeira fase do projeto foi executada nos anos 2011 e 2012, a segunda nos anos 2014 e 2015 e a terceira fase nos anos 2018 e 2019.

Prêmios e Honrarias

Em reconhecimento ao trabalho desenvolvido com os índios Guarani no RS, o IECAM foi selecionado, entre mais de duas mil organizações, e premiado pelo Ministério da Cultura com o Selo Cultura Viva. Através do inventário de emissões e captações das emissões de GEE do Projeto Ar, Água e Terra: Vida e Cultura Guarani, que alcançou um saldo positivo de mais de 37.750 tCO²e captadas através da reconversão, recuperação e conservação de áreas nas aldeias, o IECAM recebeu o Selo Carbono Zero, pela certificadora Enerbio (anos 2011 e 2012).

Arthur Tschiedel

Engenheiro ambiental