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Conheça as aldeias participantes da nova fase do Projeto Ar, Água e Terra: Vida e Cultura Guarani

Na Aldeia KuarayRese (Sol Nascente)no município de Osório, vivem 78 indígenas em uma área de 46 hectares, em campos e Restingas da Costa Atlântica, entre uma lagoa e a Estrada do Mar, rodovia de acesso às praias do litoral norte gaúcho. Possui uma EEI de Ensino Fundamental e uma Unidade Básica de Saúde (UBS).

Teko’aNhuu Porã (Campo Molhado) abrange os municípios de Caraá, Maquiné e Riozinho, na Encosta da Serra Geral, em um platô que alcança 780 metros de altitude, em área de Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA) repleta de Florestas de Araucária e 27 nascentes da Bacia Hidrográfica (BH) do Rio dos Sinos (Arroios do Ouro, Pedra Branca e Rio Pinheiro). Nesta isolada aldeia, vive uma família de apenas 13 pessoas na maior área guarani do Rio Grande do Sul, com 2.274,5 hectares. A aldeia possui apenas uma UBS.

A Aldeia Teko’aKa’aguyPa’u (Vale das Matas ou Varzinha), contígua à Aldeia Campo Molhado, abrange os municípios de Caraá e Riozinho. Nesta área de RBMA vivem 58 índios em 758 hectaresde Florestas de Araucária que abrigam nascentes da BH do Rio dos Sinos (Arroios das Domingas e das Porcas) e da BH do Rio Caí (Rio Cará). A Aldeia possui uma UBS.

Nestas duas últimas aldeias, a tranquilidade ainda é perturbada por coletores e caçadores clandestinos. A vegetação foi explorada nas décadas de 1950 e 1960 por frentes madeireiras e se recompôs graças à presença indígena. As aldeias distam 30 km das localidades mais próximas e o difícil acesso se faz atravessando fazendas.

O modo de ser e viver guarani está intimamente conectado com a existência na aldeia de elementos naturais como água “viva” (nascente ou curso d’água), terra apropriada para plantio e floresta, para possibilitar a saúde física, emocional, mental e espiritual. A aldeia, teko’a, é o espaço onde é possível a realização do teko, o sistema de leis, a ordem, a identidade e cultura guarani.

O histórico com essa etnia revela modos de vida tradicionalmente integrados aos ecossistemas florestais, através de um manejo sustentável que permite a coleta de alimentos, espécies para uso em cerimônias, para a construção de casas, confecção de utensílios, instrumentos e adornos, respeitando a capacidade de suporte dos ambientes e a troca de saberes, técnicas e experiências, com o intuito de recuperar e conservar a biodiversidade.