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25/11/2015

Um Ciclo no Projeto Ar, Água e Terra: Vida e Cultura Guarani

A cultura Guarani possui uma riqueza de elementos pouco conhecidos e valorizados pela sociedade que podem contribuir para processos culturais renovadores, em termos de exemplos, inspiração, sensibilização, conhecimento e incentivo para a recuperação, manejo e conservação dos ambientes naturais e para a construção de uma sociedade mais justa, diversa e sustentável.

O modo de ser e viver Guarani está intimamente conectado com a existência na aldeia, a teko’a, espaço onde vivem coletivamente e que precisa de elementos naturais como água “viva” (nascente ou curso d’água), terra apropriada para plantio e floresta/”mata nativa”, para possibilitar a saúde física, emocional, mental e espiritual. A aldeia, teko’a, é o espaço onde é possível a realização do tekó, o sistema de leis, a ordem, a identidade e cultura Guarani.

Este modo de ser Guarani também se manifesta em uma visão diferenciada do espaço e do tempo. O espaço não é dividido em fronteiras políticas, sendo a mobilidade (oguatá) muito importante para esta etnia, fazendo parte historicamente dos seus movimentos migratórios, e contribuindo para a sua sustentabilidade cultural, através das constantes visitas entre as aldeias, perpetuando trocas de saberes, sementes, mudas, alimentos e materiais.

O projeto se fundamenta em uma visão de interculturalidade e de complementaridade entre as diversas dimensões da sustentabilidade: ambiental, social/étnica, cultural e econômica; abrangendo a recuperação, a reconversão produtiva e a conservação dos ecossistemas naturais das áreas indígenas (flora, fauna e corpos hídricos), a contribuição para a sustentabilidade socioeconômica dessas comunidades/aldeias e a valorização e revitalização cultural.

O projeto “Ar, Água e Terra: Vida e Cultura Guarani foi assim denominado por compreender que os quatro elementos da natureza: ar, água, terra e fogo estão fundamentalmente relacionados com o modo de ser e viver guarani, porém, o elemento fogo foi omitido na denominação do projeto por simbolizar o mistério, o segredo guardado quanto aos elementos sagrados revelados.

 “O projeto é na verdade uma retomada de questões

que estavam um pouco esquecidas,

como a troca de sementes, de alimentos e de remédios,

o plantio de árvores e o cultivo de roças nas aldeias.

A mata nativa para nós é como uma cidade

ou o mercado para os brancos,

a mata tem tudo que precisamos

e o projeto é para nós esse novo começo”

(Cacique José, Aldeia Nhuu Porã, setembro de 2011).

 

Para a realização destas atividades, o projeto utiliza uma metodologia de construção participativa, proporcionando a troca intercultural de saberes, práticas, técnicas e ideias, sendo os índios protagonistas e co-executores, apresentando suas demandas e propondo soluções, atividades e métodos. Desta forma, a atuação se fundamenta no respeito e na valorização da cultura Guarani, com sua visão de mundo, seu ritmo de vida, distribuição do tempo, divisão de atividades por gênero, enfim, pelo seu modo de ser, ao mesmo tempo em que leva sugestões ecológicas de resolver problemas derivados das condições atuais de vida, propiciando, quando necessário, outros tipos de saberes, técnicas e estruturas. Esta abordagem faz parte de um processo contínuo de aproximação e de estabelecimento de laços de confiança, proveniente do histórico de duas décadas de desenvolvimento de ações  projetos pelo IECAM.

Os métodos utilizados constituem-se principalmente de observação participante, planejamento com o uso de desenhos, mapas, reuniões, encontros, oficinas, mutirões, grupos de trabalho, entrevistas e registro audiovisual. A observação participante se apresenta como um instrumento de grande importância na construção deste processo, permitindo um aumento gradativo da aproximação com os indígenas, buscando a aprendizagem e a compreensão de seus hábitos, concepções e percepções. Esta é desenvolvida durante todo o tempo de convívio, nas conversas ao redor do fogo, na partilha de alimentos, nas visitas às casas, nas trilhas, nos encontros e oficinas e nos trabalhos diários.

Alguns encontros e oficinas são construídos de modo a permitir que a maior parte do tempo seja somente entre os indígenas, reunidos em grupos de caciques, karaí, mulheres e crianças, jovens, proporcionando a troca de experiências, ideias, sementes e mudas entre as aldeias, além do resgate ou revitalização de saberes e de hábitos relacionados com o uso e o manejo sustentável dos sistemas naturais, muitas vezes ainda desconhecidos pelos jovens.

A participação dos técnicos ocorre em outro formato de encontros e oficinas, onde são discutidos temas específicos e possibilidades de soluções, podendo abranger o uso de imagens, o planejamento das áreas com o uso de mapas, ou a experiência prática de alguma técnica ecológica, como a compostagem, a adubação verde, a confecção de biofertilizantes e defensivos naturais, e o viveirismo.

Para que todas estas ações tenham andamento e continuidade, o projeto também possibilita a infraestrutura necessária. Na aldeia da Lomba do Pinheiro foi realizada a reforma e a ampliação do viveiro, o poarendã, o qual havia sido construído na fase anterior, além da construção de uma composteira e de um local para o armazenamento do lixo.

O viveirismo, como quaisquer atividades construídas com os guarani, deve respeitar o dom, o desejo e a aptidão de cada índio para se entregar e dedicar à aprendizagem e prática envolvidas. Assim como alguns guarani dedicam-se à semeadura e cultivo no viveiro, outros preferem dedicar-se ao plantio, rega ou cuidados das mudas e plantas. O termo cuidadores para designar os viveiristas e jardineiros se originou de expressões guarani relacionando os termos plantas e crianças/filhas.

Na Teko’a Ka’aguy pau, em Palmares do Sul - uma aldeia que não costuma aceitar intervenções não indígenas - foi construído, em 2015, um novo viveiro-estufa que, por solicitação dos indígenas, seguiu o mesmo projeto arquitetônico e padrões de construção do viveiro de Porto Alegre. O viveirista guarani Feliciano, da Aldeia de Porto Alegre vem repassando e trocando saberes e práticas com o Sr. Agostinho e seu filho, cacique Eduardo, viveiristas da aldeia de Palmares do Sul e cuidadores das plantas. Outras aldeias do sul do Brasil também desejam ter um viveiro e a produção e comercialização de mudas vem sendo avaliada, planejada e apontada pelos guarani como uma futura fonte de renda para as aldeias.

Respeitando as especificidades de cada aldeia, o “tempo” guarani e a distribuição das atividades de acordo com o gênero e “dom” de cada índio, cada Teko’a escolheu um ou dois monitores e plantadores indígenas e o engajamento propiciou o intercâmbio de sementes e mudas entre as aldeias, o cultivo, o plantio e o manejo de mais de noventa espécies nativas da flora da região sul do Brasil, importantes para os Guarani na alimentação, medicina tradicional, confecção do artesanato e instrumentos musicais, e em rituais ou cerimônias.

O cultivo e o plantio priorizou, inicialmente, a segurança alimentar através da ampliação das áreas de “roçados ou roças” tradicionais (reconversão produtiva) onde são cultivados, em sistema de consórcio e com períodos de pousio, frutíferas nativas e alimentos como milho, feijão, mandioca, abóbora, amendoim, banana e melancia, partindo para os sistemas agroflorestais e para a recuperação e conservação dos ambientes naturais e cursos d’água com as espécies vegetais nativas de importância para cada aldeia, especialmente frutíferas, araucária, erva-mate e palmeiras nativas do sul do Brasil.  O plantio de espécies nativas para a recuperação das áreas foi realizado pelos próprios guarani, por técnicos da equipe (agrônomos e biólogos) e por jardineiros, esses últimos quando se tratava de áreas maiores como na Aldeia de Torres, onde a área trabalhada alcançou mais de 30 hectares.

Visando um conhecimento mais detalhado do uso e gestão das áreas indígenas e o acompanhamento do processo de reconversão produtiva, recuperação e conservação ambiental, foram realizados mapas de “uso” da terra de cada aldeia participante do projeto. Os mapas estão contribuindo também para o manejo sustentável dos territórios indígenas e realização de rotas e atividades de etno-ecoturismo, fonte de renda para as aldeias, e para o inventário de emissões e captações das emissões de GEE do projeto. Elementos que são relevantes na cultura Guarani apresentam grande potencialidade na atuação educativa ambiental, como a troca, a partilha do alimento, a arte; bem como a sua visão de mundo unificada, de integração entre humanidade e natureza, entre razão e emoção, e entre questões de diversas áreas.

É importante um trabalho continuado, que envolva toda a comunidade e que respeite o ritmo destes povos, mas que possa, ao longo do tempo estar internalizado no cotidiano da aldeia, fortalecendo a autonomia. Para esta abordagem é necessária a integração entre múltiplos saberes, métodos e técnicas, provenientes de diversas culturas, articulando conhecimento científico e tradicional, teórico e prático, mental e emocional, artístico e filosófico.

O projeto é visto pelos Guarani como uma estratégia de fortalecimento cultural, a partir de encontros como o de saberes, sementes, erva-mate e da recuperação ambiental das aldeias. As atividades foram consideradas como um recomeço para recuperar as florestas, as águas, revitalizar a medicina, a alimentação tradicional, a agricultura, seus costumes e cultura. Como ilustração, é trazido o comentário do cacique Felipe Brizoela, da Aldeia Pindoty: "O projeto é uma grande oportunidade de recuperar a natureza e de nos unirmos para trabalhar juntos e ficar fortes novamente" e do cacique Jpsé Cirilo, de Porto Alegre: “Nós vamos fortalecer mais a nossa cultura através do resgate das plantas, das matas, das aldeias mais parecidas com o que eram antes. O índio não tem mais o mato, mas quer reconstruir na aldeia o que tinha no mato: frutas, flores, animais, porque tudo isso faz parte da vida do índio".

É nítido o grande reconhecimento da importância dos elementos naturais, em sua relação com aspectos culturais e necessidades humanas, mas também em uma visão de conexão espiritual e de integração entre todos os seres e elementos da natureza. A profundidade dessa conexão mostrou ser um eixo central que dá sentido a tudo e atua como um tipo de "teia" que permite as conexões/entrelaçamentos entre corpo, mente, fala, sentimento, relação e atuação no ambiente; entre todos os seres e elementos da natureza; e também entre todas as dimensões culturais da aldeia, fortalecendo as ligações entre saúde, educação, cultura, política, organização social, etc.

Na vivência Guarani, a força da presença espiritual integradora se revelou em diversas manifestações, como as seguintes: "Está tudo conectado espiritualmente, isto é o mais importante" (Cacique Cirilo, Aldeia da Lomba do Pinheiro, Porto Alegre/RS). "Nosso pai é Deus, nosso governador é Deus, nosso médico é Deus" (karaí Adolfo, Aldeia da Varzinha).

Essa percepção unificadora entre as diversas dimensões da sociedade Guarani integra a subjetividade humana e a relação com o outro, incluindo todos os seres e elementos da natureza, e se reflete também nas questões de bem-estar, saúde, ética e valores humanos: "Quando a comunidade está bem vem borboleta, flor pássaro. Quando tem flor o espírito fica bom, isto ajuda a curar as pessoas" (Cacique Cirilo, Aldeia da Lomba do Pinheiro). Com este entendimento, o pensamento Guarani mostra como a saúde, a doença e sua prevenção estão fortemente relacionadas com a natureza: “Todas as plantas são medicinais, mas o branco acha que apenas algumas plantas são medicinais. A cura vem da terra, das plantas. Tem que ter terra pra poder buscar o remédio que vem da terra. Antigamente o cheiro já protegia contra a doença. Depois o branco veio e cortou tudo. Aí a doença vem. A gente respira melhor quando tem árvores e flores. O vento traz o cheiro da pureza das flores e assim traz remédio. Hoje tem nariz entupido, por que desde criança entra a poluição, por que está acabando a mata” (Cacique Cirilo, Aldeia da Lomba do Pinheiro).

O conhecimento de saberes indígenas oferece a possibilidade de ampliação de perspectivas, bem como de inspiração, sensibilização e incentivo para mudanças e para elaboração de novas práticas, com cenários mais sustentáveis e socialmente justos. Importante esclarecer que esta constatação não se refere a uma sugestão de imitação de modos de vida de outras culturas ou de retorno a hábitos do passado, mas sim de processos interculturais de aprendizagem com abertura para identificação de diferentes formas de relação com o ambiente, com oportunidades de alternativas renovadoras e transformadoras.

O projeto envolveu direta e indiretamente 437 índios Guarani nas nove aldeias participantes. Desejando conhecer melhor essa população, foi realizado um cadastro de participantes indígenas do projeto, com a sistematização de dados como gênero, idade, local de nascimento e residência e escolaridade. Quanto à presença de homens e mulheres nas aldeias, 48% do total da população indígena é masculina e 52% feminina, proporção semelhante à média nacional. Quanto à faixa etária nota-se uma população bastante jovem nas aldeias, 75% dos guarani estão com até 29 anos de idade.

Observa-se que 34,84% dos indígenas residem no mesmo município que nasceram, enquanto que 65,16% não residem no município em que nasceram, o que ilustra a tradicional mobilidade guarani, que deve ser considerada nas atividades do projeto. Em aldeias como a teko’a Anhetengua - localizada na capital do estado, próxima a postos de saúde, hospitais, órgãos governamentais e instituições de assistência aos indígenas - a mobilidade é consequentemente maior e as atividades do projeto necessitam de esforços e períodos de partilha de saberes e técnicas ainda maiores para alcançar continuamente todas as famílias, sejam residentes ou estejam “de passagem”. Porém, com estas últimas, as ações possuem grande potencial de replicabilidade em outras aldeias para onde as famílias se deslocam.

Com todas as aldeias participantes, foram realizadas mais de 90 atividades como oficinas, reuniões e encontros abordando os objetivos e metas do projeto, saberes e práticas tradicionais e temas como viveirismo, agroecologia, adubação verde, permacultura, meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão), compostagem e reciclagem de resíduos sólidos.

O domínio da língua portuguesa é expressivamente maior entre os homens e jovens; as crianças, somente após dominarem a língua materna aprendem o português nas escolas; e poucos Guarani de idade mais avançada, sejam homens ou mulheres, dominam a língua portuguesa, sendo necessária a presença de intérpretes/tradutores durante as atividades. Como pessoas com até 14 anos de idade não podem ser consideradas analfabetas - apesar de não saberem ler e escrever - 25,21% do total dos participantes deve ser considerado analfabeto. Existem esforços governamentais para a formalização do ensino fundamental e médio e a construção de escolas nas aldeias, mas é importante que tais esforços respeitem os ambientes, demandas e especificidades das diferentes áreas indígenas, mesmo que pertencentes a uma mesma etnia.

A densidade demográfica, por exemplo, apresenta grandes variações. Enquanto que na Aldeia de Campo Molhado é de 0,57 habitantes/km², densidade semelhante à região amazônica brasileira, na Aldeia da Estiva é de 1.687,61, densidade semelhante à algumas capitais brasileiras. A densidade média demográfica no Brasil é de 22,43 habitantes/km² (IBGE, 2010) e no conjunto das aldeias a densidade demográfica é de 11,21 habitantes/km², 50% da densidade média brasileira.  

Respeitando tais especificidades, ambientes e demandas de cada aldeia participante, a atividade de viveirismo possibilitou o cultivo de mais de 20 mil mudas nos viveiros/estufas; e o engajamento entre índios e colaboradores/técnicos, o plantio de mais 50 mil mudas de 90 espécies nativas da região sul do Brasil. Dentre estas espécies, destacamos as frutíferas nativas, a erva-mate/ca’a (Illex paraguariensis) e palmeiras/pindó - de uso alimentar e medicinal; aguaí (Chrisophyllum marginatum), taquara/takua eté (Merostachys speciosa), embira (Daphnopsis fasciculata), pau-leiteiro/Kurupicay (Sapium glandulatum), urucum/capi owy (Bixa orellana) e balãozinho (Cardiospermum halicacabum) - utilizadas na confecção do artesanato; taquaras bambus/takua (Bambusa spp.), camboim (Myrcinaria delicatula), cipó de são joão  (Pyrostegia venusta) e xaxim (Dicksonia sp.) - úteis na construção de casas e espécies sagradas como o tabaco/pety (Nicotiana tabacum), guaimbé, pinheiro brasileiro (Araucaria angustifólia) e o cedro/ygary (Cedrela fissilis) - utilizado na elaboração de instrumentos cerimoniais como cachimbos.

Considerando que algumas áreas trabalhadas na primeira fase foram mantidas ou ampliadas na segunda fase do projeto, sejam áreas de reconversão produtiva/roçado ou de recuperação ambiental (nesse caso, repovoadas), em quatro anos de trabalho a área total de reconversão produtiva (kokue) alcançou 28 ha; a recuperação de áreas degradadas (yvira'iky ty) 74 ha e a conservação de biomas (ka’aguy) 3.186 hectares (96,82%), o que demonstra a grande capacidade guarani de manejo e conservação dos ambientes naturais.

O inventário (2001-2012) de emissões e captações das emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa) do projeto alcançou, em dois anos, um saldo positivo de mais de 37.750 tCO²e reduzidas/captadas através da reconversão, recuperação e conservação de tais áreas nas aldeias, conferindo ao projeto o Selo Carbono Zero.

Muitas percepções e resultados aqui apresentados foram divulgados através de um plano de divulgação que criou estratégias e espaços de expressão, especialmente para os indígenas, em veículos de comunicação e eventos, possibilitando à sociedade conhecer e valorizar a cultura guarani e as atividades socioambientais desenvolvidas no projeto.

Foram realizadas, por exemplo, campanhas na TVE, utilizando como gancho o “dia do Índio” (19 de abril), que ultrapassaram 330 inserções de um minuto, quatro reportagens em TV, sete entrevistas em rádios e 32 reportagens/matérias em jornais. O site, canais e especialmente as redes sociais constituem importantes ferramentas de comunicação e divulgação da cultura guarani e ações do projeto e de conscientização e educação ambiental.

O projeto também permitiu a produção de filmes, eventos e exposições em espaços como o Memorial do RS, Palácio do Governo do Estado, o famoso Brique da Redenção, Expointer e BIONAT Expo, e a participação em diversos Congressos, Simpósios e Fóruns como a Rio+20, o FIGA (Fórum Internacional de Gestão Ambiental), TEDx laçador e FSM (Fórum Social Mundial).

A experiência vivenciada no Projeto Ar, Água e Terra: Vida e Cultura Guarani demonstra que a nação guarani deve ser considerada uma grande aliada na sensibilização da sociedade para a temática sócio/etnoambiental, para a proteção de biomas como a Mata Atlântica e os Campos do Sul do Brasil e, consequentemente, dos elementos naturais que garantem a sobrevivência de nossa espécie.

 

Finalizamos essa fase do projeto nutridos de fé e esperança, manifestando  nossa profunda gratidão a todos Karaí, Cunhã-Karaí, caciques, homens, mulheres, jovens e crianças Guarani, pelos ensinos, pela confiança, amizade e parceria no trabalho. Agradecemos a contribuição de todos profissionais, técnicos, parceiros e colaboradores do IECAM. Nosso especial agradecimento à Petrobras, que possibilitou a transformação de tantos sonhos em realidade.

 

"A gente faz parte de tudo isso. Nós não somos separados da terra,

é tudo uma mesma família, são todos nossos parentes.

Tudo tem significado: árvores, vento, chuva, trovão,

tudo se trata como um só, não se separa.

A mata tem sua organização, tem chefe, tem criança, parece um ser humano.

Precisa de parceria com o humano. As coisas eu não resolvo sozinho.

Preciso das parcerias. Quando tem várias pessoas cresce a vontade de pensar junto”

(Cacique José Cirilo Pires Morinico, Aldeia Anhetenguá, Porto Alegre).